sexta-feira, 15 de junho de 2012

Noite me conte seus planos




Nada como a noite, escura e desolada. Dizem que nela todos os gatos são pardos. Eu honestamente não saberia dizer, até por quê eu ainda não vi tudo nessa vida, e acho que nem consigo ver. Mas como eu já disse antes a noite não é um período do dia e sim um lugar.
Nela acontecem todas as coisas que já passaram pela tua cabeça, e coisas que tu nem imaginaria que fosse possível, e sempre temos fatores agravantes.

Eu honestamente já tive as minhas boas experiências com a noite, e digo que algumas delas não valeram a pena, na verdade apenas algumas delas, de forma isolada e em outros contextos é que valeu a pena. Mesmo assim, o contexto era totalmente diferente. Mas dizem que toda noite tem seu lado bom e ruim. Eu já digo que o lado bom dela é o lado ruim. Pode parecer meio paradoxal, mas não dizem que todo lado ruim tem um lado bom?

Sei que em uma noite dessas, eu me acordei andando, era uma rua, a minha rua, escura e solitária, silenciosa, e eu não me lembro de muito, apenas de estar com minha camiseta branca suja de vinho e de sangue, e eu me lembro que eu fui sincero como não se pode ser, e um erro assim tão vulgar nos persegue por algumas horas da noite, mas não por toda ela, afinal coisas ruins acontecem, tudo depende de como nós lidamos com elas, e se temos a maturidade necessária e suficiente para lidar com ela. Mas tudo é uma questão de tempo, mas para cada um de nós o tempo passa de forma diferente, nós percebemos ele de formas diferentes.
Mas tudo que eu precisa nesse lugar era caminhar. Caminhar me ajuda a pensar e tomar decisões, não me importava para onde ia, apenas a distância me importava. Poderia ser sem rumo, meu real objetivo era tomar uma decisão que eu julgava importante, mesmo não sendo muito importante. Mas acho que na verdade caminhava para sair desse lugar, dessa noite, ela precisava acabar, e as coisas não poderiam ficar daquele jeito, tudo precisa ter uma solução, fugir ou evitar um problema nunca foi uma solução e eu precisava pensar, e precisava de tempo. Mas de uma coisa eu sabia, naquele lugar todas as escolhas, todas as decisões que eu tomasse, nenhuma delas seria inteiramente minha, afinal, nesse lugar nunca estamos sozinhos, por maior que seja o silêncio que possamos ouvir.

Ainda mesmo hoje, longe desse lugar, ainda sinto seus efeitos, acredito que vai levar algum tempo até eu me "desintoxicar" dele. Mas não me culpo pelo que fiz, nem me absolvo, apenas me torno responsável pelo feito, e aprendo as minhas lições com as minhas faltas, ou pelo menos tento tirar sempre o melhor de cada situação, seja ela qual for, sempre há alguma coisa para nos oferecer...



F.F.Y.

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