terça-feira, 28 de agosto de 2012

Desculpas ou perdão?

Certa vez um amigo me chamou a atenção sobre um detalhe que passa batido.
Uma coisa que todos nós pedimos quando vemos que pisamos na bola de forma feia, e não sabemos o que fazer. Para começo de conversa pedimos "desculpas"; mas quando esse meu amigo me chamou a atenção me fez pensar sobre o "pedir desculpas".

Mas antes de continuar, uma palavrinha dos nossos patrocinadores vamos definir:

Perdão
v.t. Conceder perdão, renunciar a punir; absolver.
Remição de uma falta ou ofensa.
Fórmula de polidez empregada quando se perturba alguém: (peço) perdão!


Agora fragmentando a palavra "desculpa" temos des-culpa.
Seria o ato de retirar a culpa de, mas só por isso será que quem pede des-culpa realmente sente-se culpado ou arrependido pelo que fez, ou apenas quer tirar aquela culpa que tem sobre si pra se sentir mais tranquilo?
Então quando é que pedir "desculpa" seria sincero  o suficiente para ser considerado perdão? Entendo que o perdão tem um impacto um tanto quanto forte, mas seria a única palavra que tenho para descrever esse sentimento. Como saber diferenciar quando uma pessoa realmente se arrepende de algo e quando ela simplesmente sabe que tem uma parcela de culpa, mas não dá a mínima?

Shakespeare disse:
"... nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…
Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo."



Apesar que alguem certa vez alguem disse que a palavra culpa deveria ser excluída dos nossos dicionários e vocabulário; ao invés de sentirmos culpa deveríamos ser responsáveis pelas nossas falhas, e tomar como aprendizado para não errar novamente. Pois a culpa impede o crescimento pessoal. Já quando nos tornamos responsáveis por nossos atos e arcamos com todas as consequencias que eles geram, isso nos ajuda a crescer como pessoa. Isso caracteriza a maturidade?
 Mas isso já deixa de acontecer quando se deixa algumas falhas tomarem à frente, como o ego.


F.F.Y

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Nostalgia e saudade, mas já passou...


Engraçado como a nossa mente estando em um ócio momentâneo nos leva a lugares que a gente muitas vezes evita de chegar perto, e que às vezes não gostaria de sair. O mais engraçado é quando ela consegue chegar nos dois extremos ao mesmo tempo. Meio que muito paradoxal, mas acredito que isso já aconteceu com todos. Muitas vezes quando a gente ouve uma música, e algo dentro de nós não está nos conformes ideais, acabamos viajando para aquele mesmo sofá, naquela penumbrinha com apenas uma lâmpada acesa, com as mesmas músicas, e quando tu te lembra desses momentos, tu consegue ver nitidamente os detalhes, os olhares, os sorrisos, ouvir as risadas tímidas e bobas, das conversas e das piadas, dos silêncios. Coisas mínimas que passam desapercebidas para a maioria das pessoas. Mas dai a gente volta, e nada mais é como era, pois o passado e o presente se encontram e tudo que se sentiu e se sente se mistura, e tudo que fica agora é só aquela sensação de que sentir isso não é certo. E tu vê que as coisas tomaram outro rumo, pode não ter sido o que se queria, mas com certeza foi o melhor rumo que essa situação poderia tomar. E logo todos os sentimentos vem à tona e a sensação de que se lembrar disso não é certo toma conta de ti mais uma vez, e quando tu percebe, a musica já acabou, e isso já passou.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Quer um joelhaço!

Hoje enquanto prozeava com um amargo nas mãos me foi lembrada a boa e velha história do analista de Bagé, e me fez repensar sobre a minha teoria do abraço, que fiz algus posts atraz.

Relata o analista que:

"Se algum paciente vem com muita história, eu digo logo que lenga lenga é conversa de japonês. Gosto de ir direto ao caroço da questã. Foi por isso que desenvolvi a terapia do joelhaço. Sou FREUDIANO de carteirinha assinada. Mais ortodoxo que pijama listado. Mas gosto de experimentar, porque paciente que cai no meu pelego sai curado nem que ele morra. Eu já tava até os corno de tanta gente se queixando de ANGÚSTIA EXISTENCIAL, da INDIFERENÇA DO UNIVERSO, do TERROR DO INFINITO. Meu pai, o velho Adão, sempre dizia pra não me preocupa com o infinito porque o infinito ficava pra lá de Lavras. Em Bagé não tinha angustia existencial e como em Bagé nunca teve fresco... Fui me enchendo com aquela fileira de desocupado que só pensava no UNIVERSO, como se o universo fosse tudo. Um dia me entrou um índio com cara de quem preferia não ter nascido e eu não me segurei nas bombacha. FUI lá e lhe apliquei um joelhaço. Bem ali onde TUDO começava e TUDO se resolve. O índio velho se dobrou como um canivete. Levei ele pro pelego com jeito. Ofereci um mate. Ele disse: - Aahhnn.
Queria dizer não se moleste. Depois que conseguiu falar começou aquela cantilena, más chato que padre da colônia. Porque era a FINITUDE HUMANA, porque era o ABSURDO DA EXISTÊNCIA, porque era o VAZIO CÓSMICO, porque a terra NÃO VALIA NADA...
Aí eu entesei que nem seminarista no sábado.
- Peraí, ó bagual, tu tá falando da minha terra.
- Mas a terra é uma titica de galinha - disse ele.
- Titica é tu e galinha é a tua mãe - argumentei. - A terra é muito melhor que muito desses planetas que andam se rebolando por aí feito china de delegado. Marte é só pedra. Vênus é um lixo. Saturno tá mais cheio de gás que alemão no fim de kerb. A terra tem tudo que um cristão precisa: oxigênio, mulher ancuda, mogango com leite gordo...
Mas o índio não se CONVENCEU. Disse que sentia um aperto na garganta cada vez que pensava no INFINITO e que aquela era a pior sensação que um vivente podia SENTIR.
- É pior que fome, desgraçado? - Perguntei.
Ele pensou um pouco e disse:
- É.
Aí cheguei o banquinho pra perto e perguntei:
- É pior que JOELHAÇO?
Não era. A partir daí ele começou a PENSAR melhor nas coisas. Abandonou a angústia e decidiu aproveitar a vida..."

Então se tu estiver mal,eu te do um joelhaço ao invés de um abraço!