quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Poema? Reflexão? ou critica?





Andei as ruas todas em silêncio. Tentando fazer silêncio pelo lado de fora.
Quando você não quer que seus pensamentos acordem as crianças do mundo,
o melhor é escrever uma carta sem muitos ruídos. Mas, antes, chamei minha avó.
A minha avó só queria um abraço. Avós, na minha história, são pessoas que esperam o dia todo por um abraço.
Abraços, na minha história, são técnicas de estourar, com o corpo,
um balão cheio de vazios. Dois rapazes riram das roupas de um homem.
Quis escrever cartas ao homem , pois ele estava na minha frente, mas dois passos eram ainda mais longe que Paris!
Queria dizer a ele que não se sentisse desconfortável no mundo,
tudo bem a sua blusa ser assim. O homem baixou a cabeça como se o carteiro entre nossos passos tivesse errado os braços e o homem,
já tão longe de mim, tivesse atravessado a rua. Quis dizer que a blusa roxa e brilhante brincava de voar no varal,
acenando alegre aos transeuntes. Quis dizer isso a ele, mas não disse, há tantas coisas que não dizemos a um des-conhecido. Talvez, ainda mais aos desconhecidos!
Por isso lhe escrevo, para que você não se esqueça de nosso mundo quentinho(o frio é psicológico...).
Por hoje, fiquei com o começo desta carta e um abraço em minha avó. Foi só...



Felipe F. Younan

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